96 Por Cento foi o jardim mais votado pelos visitantes da 12ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima.
Proveniente de um gabinete de arquitetura paisagista de Inglaterra, mereceu a preferência do público, destacando-se assim dos restantes jardins possíveis de votação.
Como o mais votado, vai manter-se em exposição na 13ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, em 2017.
96 Por Cento convida a uma reflexão sobre a beleza do conhecimento e o percurso para o obter, bem como, sobre a grandeza do desconhecido.
“Quanto é que sabemos verdadeiramente? Quanto há por conhecer? Será que alguma vez saberemos tudo?
Os cientistas acreditam que tudo o que sabemos sobre nós próprios, o nosso planeta e o universo não passa de 4% do que deve existir. Os outros 96% são desconhecidos! O nosso jardim pretende representar estas ideias duma maneira poética, atraente e contemplativa. O carácter do jardim é enigma e mistério; descoberta e iluminismo.
A cena é definida por um grande ponto de interrogação mesmo à entrada do jardim. Um monólito comprido, intensamente preto, domina o espaço seguinte. Em silhueta contra o monólito estão três oliveiras retorcidas. O som de água a cair atrai o visitante a três colunas de ferro enferrujado dos quais jorram três fontes. Verdade, Crença e Justificação: os três pilares do conhecimento. Os materiais têm uma ressonância local e as oliveiras falam-nos da idade, sabedoria e renovação.
Vê-se uma fresta estreita no monólito: uma frincha, um espaço. É um espaço de luz de 4% no comprimento total do monólito preto. É o espaço pelo qual a luz flui e pelo qual a água brota das três fontes do conhecimento. Do outro lado, um espaço verde tranquilo, dominado por um espelho de água escuro do qual emergem as intensas cores das flores dos nenúfares, símbolos do iluminismo.
Local ideal para o visitante descansar e contemplar a água serena, com a luz e as pequenas ondulações refletidas e bailando na parede preta. As margaridas brancas representam a verdade; junto com os íris azuis e roxos, simbolizando o conhecimento, enchem os canteiros.
A concepção da ideia é da autoria de Les Baker, director e arquiteto do gabinete de arquitetura paisagista Reckless Orchard, de Scott Farlow, artista e arquiteto paisagista e Winifred Baker também ela diretora da Reckless Orchard.
Por sua vez, a segunda edição do “Jardins Escolinhas” ditou como o mais votado o Galo Pedrês vale por três, da autoria dos alunos do Jardim de Infância do Centro Educativo da Facha. Integrando o programa Eco-Escolas, os alunos elegeram o Galo Pedrês para dar a conhecer à comunidade esta raça galinácea autóctone portuguesa. A Galinha Pedrês Portuguesa está classificada no grau 1 de risco de extinção e é vítima da absorção genética, por inúmeras raças exóticas de maior rendimento creatopoiético. Esta raça faz parte do quotidiano escolar dos alunos, que estão empenhados a dar a conhecer a graciosidade da sua plumagem de aspeto mosqueado, matizado de cinzento em fundo branco, a sua vitalidade e a resistência a doenças e a fatores ambientais adversos.
As crianças criaram uma réplica do galinheiro da escola e com a colaboração dos pais apresentaram um galinheiro feito em madeira, com ninhos interiores para a postura dos ovos. O espaço exterior foi vedado por uma sebe. No interior, as galinhas exploram a terra, esgravatam e procuram alimentos. Os comedouros e bebedouros são manuseados diariamente pelos alunos proporcionando a alimentação destas aves. A recolha dos ovos é o momento mais esperado e apreciado pelos alunos. As laranjeiras são as árvores de fruto onde as galinhas encontram a sombra e o seu bem-estar…
Até 15 de novembro está aberto o período de receção de candidaturas para a edição 2017, do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, subordinada ao tema “Jardim das Descobertas”. Para mais informações contacte: festivaldejardins@cm-pontedelima.pt.
08 de Novembro 2016