O Jardim da Moura é um jardim de experiências que conta a história de “A Mal Degolada”, um conto antigo de Ponte de Lima, sobre um amor trágico e proibido entre uma mulher moura e um homem cristão. Conta-se que os dois escondiam o seu amor por diferenças religiosas, uma vez que os pais não o aprovavam.
Um dia, o homem ouve um rumor sobre a infidelidade da sua companheira, que se encontrava todas as noites com um homem junto à fonte, e decide ver com os seus próprios olhos. Quando a noite chega, esconde-se perto da fonte e, ao ver que era verdade, num acesso de raiva, ataca a amante com uma faca. O homem ao lado da mulher, agora morta, grita que ela tinha acabado de ser batizada. Era um frade cristão que todas as noites se encontrava com ela e lhe ensinava a religião junto à fonte, para não levantar suspeitas à sua família.
Quisemos recontar esta história pelo seu final dramático e abrupto, e pela sua ligação a Ponte de Lima.
O jardim está dividido em 6 fases: encontro, paixão, dúvida, raiva, arrependimento e reflexão. Estas emoções sentidas ao longo da história são representadas por uma série de pormenores no design: na fase de paixão, o coreto representa o amor escondido e encarna os seus encontros secretos; a falta de vegetação na fase da dúvida mostra o sentimento de incerteza, com uma janela com vista para a fonte que representa a distância entre os dois amantes; o jardim de pedras na zona da raiva ilustra o estado de caos nessa noite miserável; os degraus no palco do arrependimento estão um pouco fora de alcance para fazer com que as pessoas parem e olhem para onde estão a pisar.
No final do curto passeio, o jardim de reflexão serve para os visitantes processarem a história que viveram, sentando-se numa zona serena, olhando para uma fonte que representa a mulher leal.