
O tema escolhido para o nosso “Jardim da Paz, Jardim para a Paz”, da 20.ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, foi “Doces para a Paz”. Surgiu a partir de uma história contada pela minha mãe, na minha infância, na qual uma menina chamada Angelita, de apenas 5 anos, perdia a sua casa, os pais e irmãos, durante a II Guerra Mundial.
Atordoada, a pequena menina caminhava pela praia, à procura de ajuda. Mas, no final, era encontrada já sem vida, com as mãozinhas cheias de conchinhas do mar. Eu chorava muito, porque aquela história assustava-me e deixava- me extremamente triste. O meu pai, ao chegar a casa, ficava furioso com a minha mãe (e com razão), e saía para comprar doces, para me deixar feliz. Mas eu não ficava. Eu achava que os doces eram para ser saboreados em momentos felizes, e aquele não era um momento feliz.
O nosso jardim é uma homenagem a Angelita, a menina que representa todas as crianças que sofrem grandes perdas por causa das guerras, especialmente aquelas que vivem na Faixa de Gaza.
O nosso desejo é que os campos, minados por bombas que explodem e matam, sejam substituídos por bombas de chocolate, rebuçados, caramelos e outros doces coloridos.