
Atendendo ao tema “Alterações Climáticas”, com este projeto reconhecemos a importância do bom planeamento urbano e da necessidade da construção se adaptar à circunstância natural do território para que possamos reduzir o seu impacto. Tendo em consideração as consequências das intervenções humanas à escala local e as repercussões desse mesmo impacto à escala mundial, a preservação dos ecossistemas presentes e a defesa da biodiversidade revela-se essencial. Defender a presença de vegetação no desenho urbano surge como estratégia para mitigar as alterações ambientais e promover um futuro resiliente. A água como fonte essencial à vida surge como recurso primário. Com este projeto pretendemos valorizar um conhecimento secular presente no património hidráulico da região do Minho. Inspirando-nos na rede de estruturas hidráulicas que desde as cotas altas até às cotas baixas das serras caracterizam as nossas paisagens, pretendemos valorizar, qualificar e reativar uma rede pré-existente associando-lhe um novo uso.
A criação de pequenos jardins ao longo destes percursos torna-se um meio para reativar a rede hidráulica, convertendo o seu envolvente em espaços renovados e com vida.
Apoiando-nos na rede hidráulica pré-existente, para abastecimento de tanques ou reservatórios, através de levadas ou regos, propomos a criação de micro-sistemas para usufruto público cuja reutilização promova a salvaguarda deste mesmo património construído. Através da preservação deste património identificamos a salvaguarda de valores materiais e imateriais, fontes de conhecimento construtivo e de um saber ligado à tradição. Valorizando a identidade cultural dos lugares, distinguimos que a presença destas construções centenárias se revela um meio para educar e re-interpretar novos usos, transportando os visitantes para outros tempos num vínculo com a história do lugar.