
As edições de 2018 do Festival Internacional de Jardins e do Festival de Jardins Escolinhas, face à tragédia vivida em Portugal na sequência dos incêndios florestais do ano transato e às dificuldades que se colocaram ao país devido ao episódio prolongado de seca, revelam a importância de um dos principais objetivos do Festival Internacional de Jardins “conferir um contributo pedagógico, de mobilização e de sensibilização da população, sobretudo das camadas mais jovens, para a arte dos jardins e para os problemas ambientais”.
O tema definido para os jardins, “O Clima nos Jardins”, como certamente iremos verificar, resulta numa excelente oportunidade para promover o debate e a consciencialização sobre as alterações climáticas.
As alterações climáticas são, efetivamente, a maior ameaça ambiental do século XXI e, ao contrário do que alguns ainda querem fazer acreditar, foram fortemente incrementadas pela atividade humana, no último século, em resultado da emissão de gases com efeito de estufa (GEE) para a atmosfera.
No momento da redação deste texto, Portugal enfrenta os efeitos da quinta tempestade violenta (Emma) que se abateu sob o país desde
dezembro de 2017. A Europa sofre com uma intensa vaga de frio polar e, no Polo Norte, pela quarta vez nos últimos cinco invernos, registam-se temperaturas com 30ºC acima do normal, o que, de acordo com climatologistas, acontecera apenas quatro vezes entre 1980 e 2010.
Este e outro tipo de eventos, que vão ocorrendo por todo o mundo, colocam pessoas em risco - havendo já registo de muitas vidas a lamentar - e acarretam graves consequências económicas, sociais e ambientais.
Assim sendo, procurando a defesa de pessoas e bens, importa, por um lado, definir e implementar medidas de adaptação às alterações climáticas, procurando minimizar os efeitos negativos das mesmas.
Atento a esta necessidade, permito-me destacar:
Ao nível do Município, no âmbito da mitigação, destaco: a adesão ao Pacto dos Autarcas, movimento europeu de combate às alterações climáticas; os projetos de melhoria da eficiência energética dos edifícios municipais; o projeto de iluminação pública que envolve a substituição por luminárias LED; e o importante trabalho de sensibilização ambiental que, sendo realizado em permanência pela Área Protegida, encontra na presente edição dos dois Festivais de Jardins um excelente exemplo.
Com a certeza de que a 4.ª Edição do Festival de Jardins Escolinhas será um sucesso, chegou o momento de agradecer a todos aqueles que a tornaram possível. Refiro-me, nomeadamente, ao grupo de pessoas que integram as comunidades escolares das instituições de ensino concelhias, do pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico, nomeadamente aos seus diretores(as), coordenadores(as), docentes e pessoal não docente, associações de pais, encarregados de educação, assim como às juntas de freguesia e aos trabalhadores do Município, em particular, aqueles que desempenham funções na Área Protegida.
Não poderia terminar sem um justo e sentido agradecimento aos alunos que participaram na presente edição do Festival de Jardins Escolinhas. Desejo-vos as maiores felicidades e sucessos ao longo de todo o percurso educativo e formativo que têm pela frente.
Visitem os Festivais de Jardins de Ponte de Lima, com a Vossa Família e Amigos. Disseminem a importância, para as gerações atuais e futuras, da preservação do ambiente no combate às alterações climáticas.
Victor Mendes
Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima