FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2017

A Viagem das Descobertas

Portugal



A descoberta define-se pelo acto de anunciar ou revelar um principio cientifico desconhecido mas preexistente na ordem natural.

Frequentemente somos estimulados pela curiosidade, por novas tecnologias e rapidamente colocamos questões, partilhamos ideias, encontramos inspirações, exploramos a literatura, fazendo assim inúmeras descobertas.

O percurso de uma descoberta é como se de uma viagem se tratasse, com início e em que vários caminhos são percorridos, várias escolhas são tomadas e várias etapas são concluídas, chegando assim à verdadeira descoberta, onde culmina.

A própria vida é como um túnel, com princípio e fim, com diversos caminhos e escolhas possíveis que, dependendo do tipo de estímulos e influências, levarão a diferentes descobertas ou pelo menos a diferentes perspectivas, permitindo assim que cada um veja o que o rodeia com os seus próprios olhos, desvende as suas próprias paisagens e realize as suas próprias descobertas.

Surge assim a ideia deste conceito, de criar um espaço que proporcione uma experiência humanizada em relação ao percurso da descoberta, que está aqui associado à viagem da vida, com o objectivo de trazer uma nova leitura sobre aquilo que se vê.

E como se estrutura o jardim?
A instalação proposta, em estrutura espelhada, assume a forma de um túnel, fechado para recrear o sentimento de recolha e estranheza que podemos sentir quando pela primeira vez o percorremos, tal como no nascimento. O chão interior, em gravilha, pretende marcar o som dos passos aquando do início da viagem dos nossos viajantes e fomentar a ideia do percorrer algo desconhecido. Para desvendar quais os segredos escondidos no interior da estrutura, deve-se percorrer, explorar e descobrir.

O viajante entra no túnel, inicia a sua viagem e, confrontado com sensações, vê-se estimulado pela leitura de várias frases que vai encontrando levando-o a questionar-se e a avançar. Ao prosseguir a sua viagem chegará a um lugar onde poderá fazer uma retrospectiva muito própria, pela visualização do seu reflexo num espelho, representando este as descobertas pessoais. Perante os estímulos e reflexões, o viajante poderá escolher o melhor percurso para continuar a sua viagem, a sua descoberta, onde se constatará, observando o mesmo objecto de diferentes perspectivas, que a verdadeira viagem das descobertas não consiste em procurar novas paisagens mas sim ter novos olhos. O espaço envolvente acompanha de forma crescente o trajecto, começando por apresentar as plantas de menor porte passando para as de maior porte e é reflectido no espelho da estrutura a fim de evidenciar as influências que o exterior tem no percurso da nossa vida e consequentemente nas descobertas de cada um.

O material vegetal escolhido mistura espécies autóctones com alóctones na tentativa de simbolizar os grandes feitos dos portugueses, de que são exemplo as Descobertas Portuguesas, representando as várias relações e contactos estabelecidos e todas as influências vividas, no período dos Descobrimentos, que determinaram o percurso das suas descobertas, permitindo-os alcançar grandes feitos de extrema importância para o Mundo.


Concepção da ideia / Concepção técnica


  • Ana Carina Esteves – Arquitecta Paisagista
  • Maria José Cachaço – Arquitecta Paisagista

Produção / Apoios


  • Município de Ponte de Lima

Plantas deste espaço



Acanthus mollis

Acanthus mollis

Ajuga reptans

Ajuga reptans

Bidens ferulifolia

Bidens ferulifolia

Clerodendrum trichotomum

Clerodendrum trichotomum

Dipladenia

Dipladenia

Gaillardia aristata

Gaillardia aristata

Gazanea

Gazanea

Lavandula stoechas

Lavandula stoechas

Plumbago auriculata

Plumbago auriculata

Rosmarinus officinalis

Rosmarinus officinalis

Rudbeckia

Rudbeckia

Salvia splendens

Salvia splendens

Santolina chamaecyparissus

Santolina chamaecyparissus

Santolina rosmarinifolia

Santolina rosmarinifolia



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Localização