FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2017

A Globalização das Plantas

Portugal



A palavra Descobertas remete-nos imediatamente para a época dos Descobrimentos e para o conjunto de viagens e expedições marítimas pioneiras, realizadas inicialmente por navegadores portugueses, entre os séculos XV e XVII, que deu origem à criação de um império marítimo em rede nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

Assim, a campanha dos Descobrimentos Portugueses deu início a uma nova era e impulsionou aquilo que podemos chamar de primeira globalização, na medida em que durante as Descobertas foi possível conhecer outros continentes e assim aproximar povos e culturas até então desconhecidos, intensificar as relações comerciais, estabelecer acordos diplomáticos e de parceria, criar novas rotas através dos oceanos, facilitando a mobilidade de pessoas e bens.

A difusão de plantas entre continentes foi também uma das consequências mais importantes desta primeira globalização e que teve reflexos científicos, técnicos, económicos e sociais que ainda hoje prevalecem. Bastaria lembrar a sua influência na gastronomia, nos hábitos de consumo, na agricultura local, na paisagem.

A nossa proposta assenta nesta ideia de permuta cultural que as plantas trouxeram durante as Descobertas.

Partindo da imagem mental duma cartografia dos ventos e das marés, um grupo de plantas desenham um jardim de canais correntes ondulantes.

No meio deste oceano vegetal, onde se misturam plantas oriundas de diversas áreas geográficas, quatro elementos físicos surgem à deriva, como que sugerindo a ideia de naus, os quais são sobretudo filtros que isolam, geo-referenciando em cada uma das estruturas, uma planta-paradigma das trocas intercontinentais: a Videira (Vitis vinifera), que se difundiu a partir da Europa para os novos territórios, sendo actualmente uma cultura com grande expressão, de entre outros países, no Chile, EUA, África do Sul e Austrália; o Arroz (Oriza sativa), oriundo da Ásia e que na actualidade é cultivado nos cinco continentes, representando o alimento base para 2,4 biliões de pessoas em todo o mundo; o Ananaseiro (Ananas comosus), que no seu percurso foi desde a América do Sul até à Ásia, principal continente produtor de ananás no presente, sem esquecer a sua presença nos Açores; o Cafeeiro (Coffea sp.), que fez o seu caminho desde o continente africano até à América, onde se cultivam os famosos cafés do Brasil e da Colômbia, e à Ásia – em Timor-Leste tem sido a principal fonte de rendimento dos agricultores nas montanhas.

Estas quatro estruturas representam também os quatro continentes, nos quais a Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, que acompanhou os navegadores portugueses ao longo da Rota das Descobertas através da fundação de diversos hospitais e centros assistenciais, tem vindo a globalizar, desde então, a Hospitalidade junto dos mais pobres e doentes.


Concepção da ideia / Concepção técnica


  • Alexandra Campos Teixeira – Eng.ª Agrícola
  • Luís Sá e Melo – Arquitecto

Produção


  • Município de Ponte de Lima
  • Casa de Saúde S. José

Apoios


  • Casa de Saúde S. José
  • Aroma do Vale

Plantas deste espaço



Ananas comosus

Ananas
comosus

Camellia sinensis

Camellia
sinensis

Capsicum annuum

Capsicum
annuum

Citrus reticulata

Citrus
reticulata

Coffea sp.

Coffea
sp

Colocasia esculenta

Colocasia
esculenta

Musa acuminata ‘Colla

Musa acuminata
‘Colla

Nicotiana

Nicotiana

Ophiopogon japonicus

Ophiopogon
japonicus

Oryza sativa

Oryza
sativa

Phaseolus vulgaris

Phaseolus
vulgaris

Punica granatum

Punica
granatum

Saccharum officinarum

Saccharum
officinarum

Solanum lycopersicum

Solanum
lycopersicum

Solanum tuberosum

Solanum
tuberosum

Vitis vinifera

Vitis
vinifera

Zea mays

Zea
mays



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