
A filosofia está escrita nesse grande livro permanentemente aberto perante os nossos olhos: o universo, mas não se pode entender se antes não se aprender a língua e os caracteres em que está escrito. Está escrito em língua matemática e os caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas, e sem tais meios é impossível entender humanamente algo a seu respeito; sem eles vaguear-se-á em vão por um obscuro labirinto.
Galileu Galilei, O Ensaiador, 1623
Quem teria imaginado? Em contextos diferentes, até sem relação entre eles, encontram-se os constantes matemáticos habituais: a proporção áurea e o número ф (1,6180339887...).
Ao cortar uma maçã, observamos que a disposição das sementes no endocarpo forma um pentagrama, a figura geométrica que se pode dividir em triângulos iguais, com a base e os lados em proporção áurea um com o outro.
Desde a Idade Média, na arquitectura e na arte em geral, usa-se deliberada- mente a proporção áurea entre as partes das obras. A utilização do símbolo ф para indicar o valor da proporção áurea teve a sua origem na letra inicial de Fídias, o grande arquitecto grego responsável pela construção do Pártenon, que viveu entre 490 e 430 aC.
A proporção áurea encontra-se no célebre Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, na Mona Lisa e noutras obras do autor. A geometria do nosso projecto surge da representação gráfica dos conceitos da proporção áurea e da sequência de Fibonacci.
Como o tema do Festival de 2016 é o conhecimento, a intenção foi proporcionar uma leitura agradável e não banal, que acaba por divulgar fenómenos da natureza relacionados com a matemática teórica através da experiência prática de os observar, conhecer e reconhecer.