FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2016
Mundo Claustrum | Festival Internacional de Jardins

Mundo Claustrum

Conhecer, do Latim Cognoscere, de Com- “junto”, mais Gnoscere- “saber”. O verdadeiro conhecimento nasce no encontro, no dar e receber, no partilhar. E se isto já era claro na antiguidade, agora está patente para todos. Hoje, os grandes avanços científicos fazem-se por diferentes grupos de trabalho, dispersos na geografia do nosso planeta mas que, graças às novas tecnologias de informação, discutem, partilham, questionam e validam as suas descobertas.

Na Idade Média os mosteiros eram os locais de recolha, depósito e natural desenvolvimento do saber medieval, verdadeiros centros do conhecimento, que não se fechavam sobre si próprios, antes desempenhavam um importante papel na disseminação desse mesmo conhecimento.

Entre esses saberes estavam o da utilização das plantas para fins medicinais. De facto, era nos jardins dos mosteiros que plantas de reconhecidas virtudes eram transplantadas e organizadas em canteiros e cercaduras, e eram estudadas as suas qualidades. Existiam boticas em muitos conven- tos e mosteiros e muitas não se limitavam a fornecer as próprias ordens, vendendo medicamentos ao público.

Do ponto de vista arquitectónico, o mosteiro é, no seu conjunto edificado, um lugar construído com a vocação do pensar colectivo, da contemplação, da procura de compreensão pela apreensão da grandiosidade divina, um reduto de desenvolvimento do conhecimento, um edifício gerador de saber.

Neste conjunto edificado o claustro é o lugar de contemplação por excelência, pois é ele próprio espaço de encontro privilegiado. O claustro representa a delimitação e a geometrização do mundo natural, a sua domesticação, a revelação da beleza divina.

A proposta recria como gesto fundacional, o claustro. Na estrutura regular sugerimos o corredor deambulatório que enquadra um pátio central, ajardinado, com quatro momentos de aproximação. Esta estrutura fechada, em parte obscura e longe do pátio central, procura recrear o sentimento de recolha e estranheza que podemos sentir quando pela primeira vez o percorremos. O chão em gravilha marca o som dos passos.

Num segundo momento, o corredor abre-se mais para o pátio, a luz entra de uma forma mais franca, a estrutura torna-se mais aberta, estamos menos sós. Ao virarmos, a estrutura torna-se um elemento mais livre, com o qual interagimos, nos dá opções de percursos e as plantas começam a penetrar. Finalmente, o quarto momento, a estrutura abre-se e torna-se indiferente. Somos impelidos a entrar no jardim. A água, que cai ao centro, absorve todos os ruídos exteriores como que suspendendo o tempo. Nesta geometrização do mundo natural, podemos tocar, cheirar e conhecer algumas das plantas aromáticas que, pelas suas características, reflectem um conhecimento acumulado ao longo dos séculos da farmacologia.


Conceção da ideia


  • Alexandra Campos Teixeira - Eng.a Agrícola
  • Luís Sá e Melo | Arquitecto

Conceção técnica


  • Alexandra Campos Teixeira - Eng.a Agrícola
  • Luís Sá e Melo | Arquitecto

Produção


  • Casa de Saúde S. José

Apoios


  • Município de Ponte de Lima
  • Casa de Saúde S. José
  • Aroma do Vale

Plantas deste espaço



Aloysia Triphylla

Aloysia
Triphylla

Calendula Officinalis

Calendula
Officinalis

Cymbopogon Citratus

Cymbopogon
Citratus

Dianthus Caryophyllus

Dianthus
Caryophyllus

Echinacea Purpurea

Echinacea
Purpurea

Equisetum Hyemale

Equisetum
Hyemale

Gomphrena Globosa

Gomphrena
Globosa

Melissa Officinalis

Melissa
Officinalis

Mentha Piperita

Mentha
Piperita

Mentha Spicata

Mentha
Spicata

Thymus Citriodorus

Thymus
Citriodorus



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Localização