
Refletindo sobre o tema Jardins p’ra Comer desponta a ideia da realização de um jardim que apele a todos os sentidos, tal como a ‘arte do cozinhar’. Transmitir todas as características distintivas desta arte, como os aromas, as texturas e as cores, foi um objectivo claro, estabelecendo deste modo uma ligação directa entre duas realidades distintas mas interligadas – o “jardim” e a “cozinha”. Recaindo na relação existente entre estes dois conceitos, percebeu-se que a ‘arte do cozinhar’ depende do jardim, uma vez que este lhe dá todos os ingredientes necessários. Explorando todos os sentidos, pretendeu-se associar as ‘boas práticas’ da dieta mediterrânica à criação de um jardim. Mediterrânica porquê? Primeiro, porque é considerada uma das dietas mais equilibradas pelas suas qualidades nutritivas. Segundo, porque o Mediterrâneo pode ser considerado uma espécie de oásis, com a natureza em todo o seu esplendor, plena de sol, prados e mar, reflectindo-se tudo isso também na ‘arte do cozinhar’, repleta de cor, fragrâncias e sabores.
Uma vez constituída esta reflexão, apontamos para a criação de algo marcante como forma artística de jardim. Concebeu-se que executar uma estrutura que ultrapassasse a escala humana poderia revelar-se muito interessante, de modo que o visitante, de repente, sentisse a sua escala diminuída por se encontrar rodeado de gigantes objectos do dia-a-dia. Desta forma surge o ‘+zoom’, ou seja, uma realidade aumentada onde o elo de ligação entre a alimentação e o jardim é facilmente perceptível. Da junção destas duas ideias base nasce a realização do jardim sob a forma de pizza, uma pizza gigante.
Mas porquê uma pizza? Nos dias de hoje a pizza é um prato que serve a mesa de todos os portugueses e está sempre associada ao conceito de fast-food, sendo intuito desta proposta desmistificar precisamente este preconceito. Assim, a “sugestão do chefe” é uma pizza mediterrânica!