
O terramoto é uma das formas de destruição nas mãos da Natureza e também uma das formas mais drásticas de transformar a paisagem e criar o caos.
O movimento e todas as consequências que resultam de um terramoto têm a sua origem num ponto em particular – o epicentro, lugar físico, desde o qual se propaga o tremor e que, no caso do presente projecto, representa um foco, um ponto geométrico, a partir do qual se organiza todo o espaço envolvente.
Tudo começa a partir desse ponto – a desagregação inicia-se aí, tendo sempre como referência o dito foco, que funciona igualmente como o local (ponto visual) desde o qual o espectador observa o jardim. Estes princípios ou directrizes, pelas quais se rege a transformação da parcela, podem-se assimilar a partir duma descrição muito simples.
O tremor de terra actuaria sobre a parcela, provocando a desagregação como resultado do caos e dos movimentos da terra causados pela própria natureza, não esquecendo que, sendo os ditos movimentos aleatórios, regem-se por normas – um critério que organiza o todo.
O resultado, após um processo de mutação caótico e ao mesmo tempo controlado, trata de transmitir ao espectador um sentimento de descontrolo, mediante a forma, e simultaneamente de tranquilidade, calma e repouso, mediante os materiais e as dimensões do espaço em relação à própria dimensão de uma pessoa.
Earthquake (Terramoto) – a calma depois do caos.