Tradicionalmente os jardins consideram-se um microcosmo de como nós, indivíduos, vemos o mundo. A maior parte das vezes são uma imagem idealizada e retórica aplicada na sua construção; talvez até um antídoto para o stress e as tensões do quotidiano...

A inspiração para o projecto foi a palavra “Caos”, através da criação duma representação muito pessoal de tudo o que é caótico no mundo problemático de hoje, ao qual chamamos a nossa casa. Em vez de ser um retiro tranquilo longe da loucura da existência quotidiana, o jardim tenciona destacar alguns dos elementos caóticos deste mundo problemático.

Central para o projecto é um grande globo metálico que representa a Terra, aqui observada em equilíbrio precário num montículo de rochas, e da qual irradiam uma série de setas vermelhas, numa figuração do sangue vital do Planeta escorrendo lentamente. Todas elas apontam para pequenos globos de pedra equilibrados em cima de um muro a desmoronar-se.

Por sua vez, cada um dos globos transmite a mensagem de um problema diferente que a sociedade moderna enfrenta e que provoca interminável caos no mundo: Crimes Ecológicos, Desflorestação, Globalização, Monoculturas, Aquecimento Global, Guerra, Fome e Migração.

Num canto do jardim há dois bancos esculpidos sob a forma de grandes dados – lugar para observar, descansar e contemplar, mas, também, claramente evocativo da forma como estamos a tratar o Planeta. No fundo andamos a brincar com o futuro dos nossos filhos ao desperdiçar os recursos não renováveis, quando deveríamos concentrar-nos no desenvolvimento de soluções para os múltiplos problemas globais.