
Tudo é Kaos, a ordem é uma ilusão. Imagine que viaja na auto-estrada, num dia ensolarado, ouvindo música e deixando a mente divagar até que, sem perceber a razão, decide optar por uma das respectivas saídas, a qual não era o seu destino original. Apercebe-se disso quando se depara com uma bela Vila onde coexiste tradição e modernidade e descobre que ali, anualmente, se realiza um Festival Internacional de Jardins.
O seu quotidiano muda pois a partir daquela altura fica ali a residir – a sua vida, os seus amigos, os seus amores, tudo se altera e fica diferente. A ideia central da teoria do caos é que uma pequenina mudança no início dum evento qualquer pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Apresenta-se este projecto dividido em três actos:
O Kaos estabelecido no Jardim das Incertezas – um bosque formado por “Stabiles” no canteiro central. A incerteza está nos movimentos e na direcção que as pétalas dos “Móbiles” irão tomar – movimentam-se ao sabor das forças da natureza, girando e balançando sem um padrão lógico; de forma aparentemente aleatória; novos desenhos e novas ordens ocorrema todo instante.
Semeando o Kaos – o sub-bosque dos “Stabiles” é uma área fértil, ou não. Ali sementes de diferentes espécies autóctones foram lançadas ao acaso. Através de uma sucessão ecológica, ou seja, a disputa de água, luz e nutrientes, surgirá de cada indivíduo algo sempre novo e em mutação. Um processo dinâmico tem o seu início. Significa o “sinal verde” onde o acaso e a imprevisibilidade estão semeados. Sem qualquer tipo de intervenção, qual será o resultado final depois de seis meses de Festival?
A Ordem – Breve Fragmento do Kaos. Área do imaginário controlo humano – um jardim formal em manutenção constante, “em ordem”. Os bancos devem ser usados pelos visitantes para observar o caos da zona onde foram semeadas plantas e o caos das pétalas das “Árvores Móbiles”. A pretensão humana de estabelecer a ordem. A necessidade de dominar o meio e a ilusão do controlo são colocadas em causa. Convidam-se os visitantes à contemplação e à busca da beleza fugaz e mutante. ...a ordem é um estado imaginário.