FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2010

Fenda Escura

Fenda escura – um caminho entre o natural e o artificial. O equilíbrio entre o que a natureza e o artificial criaram ou formaram pode ser irreversivelmente quebrado – ciclones, terramotos, sismos e incêndios rompem de repente o trabalho, esmagando, destruindo, queimando. O caos linear, homogéneo e sem sentido, tanto destrói como alia a natureza e a capacidade artística.

Eliminando com a mesma violência a natureza e o trabalho do Homem, igualmente dissolve a sua antinomia: o caos também apagou os seus sinais. Se estiveram em conflito durante a sua existência, o caos vem ligar o natural e o artificial com o vazio.

A força constante, inexorável e infinita do caos aparece pela horizontalidade da Fenda Escura – representa o ponto zero, que é a referência. Ora, frente à natureza ou frente ao Homem, todo o jardim mostra-nos a sua forte superioridade e, através dele, pretende-se demonstrar aqui a superioridade do caos frente ao natural e ao artificial. O caos é projectado à volta de um caminho central infinito – mensagem transmitida pelo respectivo reflexo no espelho.

Contudo, como falha, como lacuna, esta língua de terra devastada é o lugar desconcertante em que não se pode fazer uma distinção entre o pastiche e o genuíno. Do lado esquerdo deste estado de caos encontram-se herbáceas que se adaptam à terra magra e às condições ambientais hostis. As plantações estão num terreno ligeiramente em declive e as linhas são voluntariamente curvadas, contrastando com as partes rectilíneas do restante jardim.

Do lado direito do caminho há um jardim artificial que simboliza a eterna luta do Homem contra o caos. Aqui, a estrutura é idêntica à do lado contrário, representando um reflexo distorcido da parte natural do jardim.

Fenda Escura é um jardim que, à escala de uma criança, pode ser percebido como uma floresta. Uma “floresta-escola” onde as árvores se transformam em cadeirinhas, onde se pode correr em todas as direcções, seguir diversos caminhos, jogar ou sentar para sonhar, pensar, reflectir... Uma floresta de cadeiras em que as pequenas plantas, entre as árvores, tornam-se enormes de repente. Um jardim que nos permite tornar-nos crianças novamente — sentar, observar, olhar da mesma altura, sentir-se imerso nessa floresta e descobri-la distintamente...

No jardim de infância, os pequenos se socializam. NFenda Escura se sensibilizam...


Concepção da ideia


  • OGLO: Emmanuel de France – Arquitecto
  • Arnaud Dambrine – Arquitecto
  • PPIL: Sébastien Demont – Arquitecto
  • Hortense Reynaud – Arquitecta

Concepção técnica


  • OGLO: Emmanuel de France – Arquitecto
  • Arnaud Dambrine – Arquitecto
  • PPIL: Sébastien Demont – Arquitecto
  • Hortense Reynaud – Arquitecta

Produção


  • Município de Ponte de Lima
  • Emmanuel de France – Arquitecto
  • Arnaud Dambrine – Arquitecto
  • Sébastien Demont – Arquitecto
  • Anne-Claire Lemaignen – Estudante
  • Pauline Soethoudt – Estudante
  • Thaïs de Roquemaurel – Estudante

Apoios


  • Município de Ponte de Lima
  • Ecole Nationale Supérieure d’Architecture de Versailles
  • K’fet
  • Architec’Tonic

Plantas deste espaço



Festuca Ovina

Festuca
Ovina

Miscanthus Sinensis Zebrinu

Miscanthus
Sinensis

Nassella Tenuissima

Nassella
Tenuissima

Pennisetum Alopecuroides

Pennisetum
Alopecuroides

Relva

Relva

Stipa Gigantea

Stipa
Gigantea





Localização