
Como será um jardim sem a sombra das árvores, a cor das plantas e o cheiro das flores? Blank Garden é a materialização de um jardim em estado de Kaos.
Aqui o Kaos é maioritariamente físico. Uma teia irregular prolonga-se por todo o espaço e dificulta a movimentação. Por entre esta teia, encontram-se diversas esferas que concentram toda a energia capaz de converter o espaço, agora em estado de Kaos, num jardim saudável e atractivo. No entanto, as esferas são resistentes ao equilíbrio desejado e a energia não consegue libertar-se.
As esferas encontram-se envolvidas por vinha virgem e rodeadas por herbáceas que se concentram em pequenas áreas circundantes aos centros de energia. Estes aglomerados de vegetação, à medida que se afastam das esferas, vão perdendo vigor e contraste cromático até ao ponto da sua sobrevivência se tornar impossível. Aquelas que conseguem sobreviver à privação de energia vital tornam-se tóxicas.
O resultado é um lugar desordenado, despido, vazio – blank, perturbado pela limitação de energia que condiciona toda a actividade do jardim como espaço gerador de vida e de inúmeras acções, de estados de espírito e de sensações.
As áreas de cinzento melancólico, símbolo de um solo inerte, contrastam com a dureza das esferas enferrujadas (representação do obstáculo e de resistência), repletas de energia vital aprisionada.
Representa-se também o Kaos na sua vertente de desequilíbrio da distribuição dos elementos que, apesar de existirem em quantidades adequadas, se encontram espacialmente condicionados.