
Raids of Bliss (Incursões de Êxtase) é uma interpretação e uma contribuição para um debate crítico e estético acerca da arte e do jardim. Os jardins assemelham-se a um espaço muito pessoal e privado, onde cada aspecto é definido pela estética subjectiva, argumento que também se aplica na arte. Jogando com os conceitos de jardim e arte, sentimos que a identidade dos jardins é construída com os mesmos valores que aplicamos na arte.
Raids of Bliss (Incursões de Êxtase) foi construído com elementos familiares, preciosos, conhecidos, seguros, repetitivos, deleitáveis e reconfortantes, que cada um de nós reúne nos nossos jardins, casas e memórias. Podemos defini-los como elementos “Kitsch”. Tradicionalmente, “Kitsch” significa produzido em massa, de má qualidade e mau gosto.
Em Raids of Bliss destacamos “Kitsch” como uma estética com a qual todos nos podemos relacionar porque não tem qualquer outro significado que não a nossa interpretação daquilo que nos está a agradar.
Reunimos todos estes elementos numa estrutura acima do solo, definindo o nível superior do nosso espaço. O nível do chão é um amplo, suave jardim – a antítese ao tumulto existente no alto. O jardim, no seu rural mas não monótono desenho, é um espaço de alta qualidade para contemplação, uma homenagem à paisagem das dunas portuguesas. Ilhas de plantas ligam o chão à estrutura superior e, com cadeiras altas, o visitante pode mergulhar na agitação do “Kitsch”.
Raids of Bliss é a possibilidade de reflexão acerca do que é belo, agradável, arte, lixo, num espaço que não pretende julgar mas sim dar um impulso que nos leve a repensar o que nos move e porquê.