
O carvão é o principal recurso para a produção de energia térmica por combustão e a sua origem é a lenta fossilização de restos orgânicos, pelo que este jardim espera sugerir o processo da sua formação e exploração.
A componente emblemática e central do jardim é um buraco negro. Ao aproximar-se, o visitante descobre que é constituído por carvão, como se esta matéria estivesse presente no solo de Ponte de Lima depois da fossilização dos jardins anteriores...
A visita ao jardim fica marcada pela presença de elementos que se opõem: o vegetal e o mineral, a ligeireza das plantas e a massa do carvão, o buraco e o monte envolvente, a geometria simples do buraco e a complexidade da natureza.
O jardim apresenta-se como uma alegoria da formação do carvão: matéria combustível sólida, de cor preta, de origem vegetal e que contém uma grande proporção de carbono. É o mais abundante dos combustíveis fósseis e o melhor repartido na face da Terra.
Todo o jardim participa na descoberta da origem do carvão pelas cores: do verde ao preto; no caminho do visitante: do alto para baixo; E pela visão dos elementos: da ligeireza das plantas à massa de matéria presente no buraco de carvão.
A descoberta é progressiva. A partir da entrada, um muro de bambu (Phyllostachys nigra) limita a visibilidade. O visitante deve entrar no jardim e subir um pequeno monte e, desta perspectiva em altura, aperceber-se duma forma geométrica simples e abstracta: um círculo preto composto por pequenos pedaços de carvão e de antracite colocados numa depressão no solo (os pedaços são tão finos que não reflectem luz alguma).
Apesar da pouca profundidade, o fundo não está visível e o observador não pode, de forma alguma, imaginar até onde vai essa profundidade.