
A base da vida no nosso planeta é a energia proveniente do sol e o seu fluxo através dos distintos ecossistemas. Todos os jardins são uma fábrica com uma multidão de máquinas transformadoras de energia: árvores, arbustos, plantas, relvas, flores...
Neste jardim quer-se completar este fluxo, devolvendo à terra, através da compostagem, a energia presente nos restos vegetais, convertida em forma de nutrientes que servirão, por sua vez, para alimentar novos seres, fechando assim o círculo.
Por essa razão apresenta-se num percurso circular, com a parte central do círculo ocupada pelo último elo da corrente: a compostagem. Ao longo do trajecto, o visitante vai encontrando uma pequena horta de tomates, feijões, cebolas e melancias, um prado de cosmos cor-de-rosa, uma linha de cupressus, um campo de centeio e um bosquezinho de castanheiros. Ao lado destes espaços, espalhados pelo chão, aparecem ramos amontoados, restos de poda, que representam a matéria final do processo vegetativo a utilizar na compostagem.
Intercalados em cada um destes pequenos ecossistemas, encontramos elementos artificiais que imitam as formas naturais, a modo de esculturas naturalizadas que rompem com a ideia convencional do jardim. Com efeito, misturam-se a madeira e o aço, os animais com o papier-mâché, as finas espigas de centeio com as rígidas varas de metal.
No jardim idealizado adicionou-se a presença de um animal, o galo, que contribui para “biodiversificar” o espaço e que, com o seu canto, adiciona som ao jardim. Estes animais, em forma artificial, estão distribuídos pelo jardim, imóveis e imitando de novo a sua forma na natureza.
O objectivo do jardim é divulgativo e didáctico, pretendendo mostrar as boas práticas da reciclagem. Se após a visita alguém considerar a instalação de um compostor no seu jardim, o nosso propósito terá sido alcançado.