A essência da nossa provocação com este projeto é fomentar reflexões sobre a qualidade da nossa perceção e aceitação da vida como ela é e como se expressa em comunhão com outras realidades, conforme a perspetiva e os sujeitos criadores.
Também é preciso ressalvar que é uma decisão pessoal, apontar a direção para onde a nossa imaginação nos leva e definir os valores que fazem sentido sustentar ou não, e os novos valores que pretendemos adotar.
O foco do imaginário é determinante para a nossa própria condição existencial, enquanto produtores de realidades, criadores de paisagens e artistas que expressam o que carregam dentro de si. Neste sentido, o imaginário, como um espaço aberto, permite a invenção do possível, como prenúncio de uma outra realidade. Sendo assim, é um combustível maravilhoso, cabendo ao visitante escolher o cenário do qual quer ser parte integrante!
Assim, o Jardim Intenção Paradoxal foi concebido como um cenário contemplativo e experimental em que o visitante poderá, além de observar a paisagem, vislumbrar, ser parte integrante do jardim, observando e fotografando.
Trata-se de um convite singelo a experienciar, refletir e dar significado a duas paisagens contrastantes, que coexistem na realidade, mas que às vezes não percebemos quando somos parte integrantes e quando o nosso imaginário pode estar condicionado a certos contextos e realidades, que talvez não queiramos mais sustentar.
As alegorias utilizadas são uma provocação ao protagonismo do mainstream moderno, em contraponto à essência da dinâmica da vida, que tem os seus valores distorcidos por tornar-se objeto de dominação humana e não de inspiração.
O título baseia-se na lógica da intenção paradoxal que busca alcançar o oposto do seu objetivo. É mesmo de dar nó na cabeça! Mas tendo em vista a temática desenvolvida sobre imaginários, deparamo-nos com tantas reflexões paradoxais, dilemas existenciais e dualidades reais, ideias imaginadas, que decidimos continuar nessa brincadeira e tentativa de aplicar nesta abordagem da criação deste jardim.
“Ser ou não ser, eis a questão!” Simples... imagine-se um jardim e integre a realidade da Vida! Sejam todos muito bem-vindos!”