
“A Água no Jardim” é o protagonista da cena e assume o aspecto duma força da natureza que esculpe e dá forma à matéria.
O objetivo do projecto é criar um “jardim dos vendavais” — um fragmento de paisagem à deriva, emergindo da superfície da água, esculpido numa geometria imóvel e banhado por um “vendaval” em movimento de ondas e salpicos.
A primeira impressão poderá ser a de estar no topo duma falésia, composta de elementos geométricos que evocam a analogia entre formas criadas pela natureza e formas arquitectónicas criadas pelo homem.
Aqui a Natureza torna-se Arquitectura: as “rochas” são elementos modulares em cores diferentes e de alturas distintas. Cada elemento pode ser um banco ou um vaso de flores e ajuda a criar uma paisagem vertical e mutável, a qual permite ao visitante interagir, subindo as escadas e olhando para o espaço de diferentes pontos de vista. Herbáceas emergem das rochas lembrando o movimento das ondas. O efeito de folhos e os verdes azulados das suas finas folhas pretendem lembrar a cor do mar.
À entrada do jardim está o início do “mar” de gravilha, que representa o leito de um rio e o caminho irregular oferece outra percepção da falésia, dependendo da localização do visitante.
Existem dois bancos no jardim, um junto ao tronco no deserto rochoso e o outro junto à árvore robusta. Em qual se quer sentar?
O recife que surge do mar é constituído por elementos de madeira em cores diferentes, dependendo da respectiva altura. Alguns são vasos para plantas, outros degraus em que o visitante pode sentar-se ou subir para observar o espaço. Pretende-se criar uma envolvência de céu com nuvens de tempestade, feitas de rede de malha suspensa com cabos de aço à estrutura periférica, a partir da qual um ambiente de nevoeiro cobre toda a superfície do jardim.