FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2015

Água, Um Ano no Jardim

A Água e o Jardim que história partilham? Que experiências proporcionam? Como interagem com a 4.ª dimensão, o tempo?

“E o Senhor plantou um jardim, do lado oriental (…) E saia do Paraíso um rio para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços (…) Pison; (…) Geon; (…) Tigre; (…) Eufrates.” (Génesis 2:8-14).

No século V a. C. na região do Médio Oriente e, em particular na Pérsia, surgem as primeiras concepções de jardins. Num contexto desértico, a existência de jardins apenas era possível através da presença da água e do desenvolvimento de técnicas agrícolas de captação e distribuição (rios, poços, canais...) e de armazenamento (tanques e poços). O deserto era um mundo morto, árido e agreste, quente e ausente de água e, por isso, o jardim representa o seu oposto, o lugar da vida, da cor, do diverso, da densidade vegetal e do frescor pela presença da água.

Os jardins continham um elemento de água, por vezes no centro e de onde partiam quatro canais de irrigação. Todo o jardim ou “pairidaeza” era um espaço encerrado pela barreira física e simbólica de um muro. A palavra “pairidaeza”, em latim “paradisus”, significa belezas do jardim Persa e, genericamente, evoluiu para “Paraíso” – O Paraíso é um jardim! A água apresenta-se no jardim como um elemento vital e cíclico, diverso em experiências sensoriais, demonstrando diferentes repercussões no seu espaço físico. Propõe-se viver a experiência do efeito da água num ciclo de vida de um ano num jardim. Subdivide-se esse ano em quatro estações e recriam-se quatro intensidades de água; quatro sonoridades de água; quatro cenários de vegetação; quatro ambientes texturais e cromáticos; quatro experiências da água no jardim.

Quatro muros desenham um quadrado posicionado no centro do lote negro e árido; o espaço interior coberto é fechado/contido entre muros, numa alusão histórica dos “pairidaeza”; nas suas paredes as quatro estações do ano surgem em imagens de água, que ganha vida pela tridimensionalidade de bolhas.

No centro geométrico do espaço interior posiciona-se uma estrutura em forma de paralelepípedo, simbolicamente um poço de água, outra alusão histórica, de onde irradiam ortogonalmente quatro canaletes de luz no sentido de cada mural, em que a espessura de cada canalete é determinada pela intensidade de água da estação correspondente.

Na parte exterior das estruturas dos muros, mantendo-se a correspondência com a estação do ano, surgem quatro jardins com o desenho metafórico de tapetes Persa – alusão histórica e civilizacional dos primeiros jardins conhecidos; os tapetes/jardim desenrolam-se e cobrem o espaço, recriando a presença da água através do cenário de cada estação.


Concepção da ideia


  • Ana Luísa Paulo - Arquitecta
  • Marta Tavares - Arquitecta
  • Cristina Vaz Santos - Arquitecta

Concepção técnica


  • Ana Duarte - Estudante
  • Ana Luísa Paulo - Arquitecta
  • Cristina Vaz Santos - Arquitecta
  • Gonçalo Alegre - Músico
  • Marta Tavares - Arquitecta
  • Marta Trindade - Arquitecta Paisagista
  • Nuno Frederico - Artista Plástico e Fotógrafo
  • Luísa Ferreira - Arquitecta

Produção


  • Município de Ponte de Lima

Apoios


  • Município de Ponte de Lima

Plantas deste espaço



Aeonium Arboreum

Aeonium
Arboreum

Aloe Aristata

Aloe
Aristata

Begonia Semperflorens

Begonia
Semperflorens

Chlorophytum Comosum

Chlorophytum
Comosum

Echeveria

Echeveria

Echinocactus Grusonii

Echinocactus
Grusonii

Festuca Glauca

Festuca
Glauca

Fittonia Verschaffeltii

Fittonia
Verschaffeltii

Fragaria Vesca

Fragaria
Vesca

Graptosedum Bronze

Graptosedum
Bronze

Hedera Helix Variegata

Hedera
Variegata

Lobelia Erinus

Lobelia
Erinus

Lobularia Maritima

Lobularia
Maritima

Ophiopogon Japonicus

Ophiopogon
Japonicus

Ophiopogon Planiscapus Nigrescens

Ophiopogon
Planiscapus

Opuntia Microdasys

Opuntia
Microdasys

Petunia

Petunia

Sedum Rupestre Lemon Ball

Sedum
Rupestre Lemon

Sempervivum

Sempervivum

Stachys Lanata

Stachys
Lanata

Viola Tricolor

Viola
Tricolor





Localização