
Este projecto, baseando-se nas práticas de reciclagem e de reutilização de materiais, pretende efectuar uma correspondência entre uma paisagem em que os produtos não são reutilizados, verificando-se a sua deposição e acumulação, em contraste com uma paisagem em que os materiais são aproveitados em diversas situações.
Assim, para cada um dos materiais utilizados no projecto, mostram-se duas vertentes a sua acumulação e a sua reutilização , visando demonstrar que, para quase todos os produtos que utilizamos no nosso dia a dia, a sua utilidade não acaba quando estes não cumprem mais a sua função, podendo ter várias outras finalidades na nossa vida.
A palavra contrastes também se pode dividir em com + trastes, em que pretendemos obter um significado de paisagem com trastes, sendo estes o principal elemento da sua concepção.
O jardim distingue-se, assim, em duas zonas: uma onde o lixo se acumula nos diversos canteiros existentes; e outra em que os materiais, com uma nova utilização, se vão fundindo com a paisagem envolvente. O traçado do espaço e o modo em como se processa a circulação, remetem para uma forma circular, representativa dos ciclos de reciclagem e de reutilização.
As formas e elementos representados remetem para a paisagem portuguesa, embora com materiais artificiais: os rios, a topografia, a vegetação. Pretendem ainda uma interacção com as pessoas, os visitantes, criando uma relação com estes através das cores, cheiros e texturas; convidando-os a sentarem-se nos bancos de pneus, a olharem os espelhos pendurados na árvore de metal e a criarem uma relação visual com a paisagem envolvente verificando as diferenças entre uma paisagem com lixos depostos e uma paisagem com lixos utilizados; tornando-os mais conscientes e sensíveis para a problemática da poluição ambiental.