FESTIVAL INTERNACIONAL DE JARDINS 2007

Era Uma Casa

A intervenção propõe reatribuir significado a sinais dispersos, que mais não seriam do que trastes e lixo, se não fossem as relações espaciais estabelecidas. Como num jogo de peças monta-se uma casa, ou antes, recria-se a memória de uma casa.

Observando os sinais, ou sistemas de sinais que formalmente compõem uma casa, realçando e/ou omitindo elementos, como as portas ou as paredes, estrutura-se o espaço e o seu significado.

Seleccionando objectos e estabelecendo relações entre os mesmos, pretende-se gerar imagens de espaços outrora vividos.

Todo o espaço de intervenção é percorrido através de um passadiço metálico que nos leva a “entrar” nas divisões da casa. Em cada divisão surgem objectos esquecidos, engolidos pelo prado que invade a casa, e objectos recordados, literalmente “suspensos” no espaço e no tempo, como testemunho de momentos passados.

No “jardim”, diversas plantas sobrevivem e desenvolvem-se, transbordando dos vasos partidos, alheias ao destino da construção (estabelecendo um contraponto à ausência e destruição dominantes).

O percurso de visita é assumidamente pré-estabelecido, rígido e geométrico, contribuindo para a formação do signo “casa” enquanto estruturação limitada e controlada de uma porção de território. Algumas cadeiras e loiças representam, ainda, o lugar simbólico da refeição. O mesmo processo repete-se em cada divisão da casa.

Utilizar a sintaxe como linguagem projectual, com um conjunto muito reduzido e propositadamente incompleto de sinais, permite diversas possibilidades de interpretação por parte de diferentes indivíduos, dependendo do contexto cultural e das expectativas de cada um. Cada indivíduo fará a sua própria leitura da casa, filtrada pelos códigos fornecidos pela cultura do momento, definindo os elementos fortes ou neutros, privilegiando umas funções em relação a outras.

O objectivo é criar formas e imagens que permitam uma leitura individualizada ao visitante, que as utiliza e as funde com as suas memórias e com os seus sonhos, refazendo ambientes para cada espaço.


Concepção da ideia


  • Maria João Gomes – Arq.ª Paisagista
  • Daniela Ribeiro  Artista Plástica

Concepção técnica


  • Maria João Gomes – Arq.ª Paisagista
  • Daniela Ribeiro  Artista Plástica

Produção


  • Município de Ponte de Lima

Apoios


  • António dos Santos Silva "Demolições Patinho"
  • Município de Ponte de Lima

Plantas deste espaço



Felicia Bergeriana

Felicia Bergeriana

Relva

Relva

Viola

Viola





Localização